domingo, 11 de setembro de 2016

Combates deixam mortos horas após acordo de paz na Síria

Ataques aéreos neste sábado (10) na cidade de Idlib, na Síria, deixaram pelo menos 60 mortos - de acordo com o último boletim divulgado pelo Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), segundo a agência AFP. Pelo menos 13 crianças estão entre os mortos, afirma o Observatório. Em Aleppo, outras 45 pessoas morreram, de acordo com a BBC. Combates se alastraram pelo sul da cidade de Aleppo, disseram rebeldes e o exército à agência Reuters, horas depois de os Estados Unidos e a Rússia saudarem um acordo para colocar o processo de paz na Síria de volta nos trilhos. 



Os ataques em Idlib, cidade controlada por rebeldes no norte do país, atingiram as proximidades de um mercado, matando ao menos 60 pessoas, incluindo mulheres e crianças, e ferindo dezenas. Também houve bombardeios em outras partes da província de Idlib, como nas imediações da cidade de Yisr al Shogur, nas áreas de Ain al Baida e Hambushia e no povoado de Badama. Nas últimas semanas, bombardeios nas cidades da província conduzidos por uma coalizão de brigadas islamistas aumentaram, deixando dezenas de mortos e feridos.


Combate em Aleppo

Também neste sábado, o exército sírio atacou áreas controladas pelos rebeldes em Aleppo, tentando maximizar os ganhos recentes antes do novo cessar-fogo nacional entrar em vigor na segunda-feira. Os insurgentes disseram que estavam planejando uma contraofensiva. Anos de luta na cidade dividida do norte do país --a maior da Síria antes da guerra civil-- já mataram milhares de pessoas e deixaram moradores em dificuldade para encontrar água e comida. A violência na cidade minou os esforços de paz anteriores.



O exército e as milícias pró-governo avançaram a partir da de área de Ramousah em direção a bolsões rebeldes no distrito Amiriyah, disseram ambos os lados. "Os combates estão ocorrendo em todas as frentes do sul de Aleppo, mas os confrontos em Amiriyah são os mais pesados", disse o capitão Abdul Salam Abdul Razak, porta-voz militar das brigadas rebeldes Nour al-Din al Zinki. Vitórias recentes do governo em Ramousah reabriram a rota principal de acesso no oeste da cidade, controlado pelo governo, e permitiram que as forças que apóiam o presidente Bashar al-Assad cercassem o leste da cidade, controlado pelos rebeldes.


Acordo

Os Estados Unidos e a Rússia, apoiando lados opostos na guerra, anunciaram um acordo nas primeiras horas deste sábado, incluindo um cessar-fogo de âmbito nacional em vigor a partir do pôr-do-sol na segunda-feira, melhorias no acesso da ajuda e ataques conjuntos a grupos de militantes islâmicos proibidos. O governo da Síria anunciou, mais tarde neste sábado, que aprovou o acordo de trégua, informou a agência de notícias oficial Sana.



"O governo sírio aprovou o acordo Rússia-EUA, no qual um dos objetivos é encontrar uma solução política para a crise da Síria", indicou a agência, afirmando que "fará um cessar das hostilidades na cidade de Aleppo por razões humanitárias". Anteriormente, a oposição síria no exílio havia indicado em sua página da web que não "recebeu uma cópia oficial do acordo russo-americano". Bassma Kodmani, membro da oposição, se mostrou prudente diante do anúncio do acordo, que poderia desembocar em uma colaboração militar inédita entre os Estados Unidos e a Rússia contra os extremistas.


Conflito na Síria: mortos e refugiados

Cerca de 290 mil pessoas morreram na Síria desde o início dos conflitos no país, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). Só em julho, foram 4.794 mortos, segundo a organização. A guerra também fez com que um grande número de sírios buscassem refúgio em outros países. Desde o início da guerra, o número de refugiados sírios nos países vizinhos e na Europa chegou a 4,8 milhões, segundo estimativa divulgada pelo Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur).

De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), só este ano, um total de 304.993 migrantes e refugiados provenientes de diferentes países chegaram à Europa por mar ou por terra. Ainda segundo o órgão, 4.027 migrantes ou refugiados morreram quando tentavam cruzar o Mediterrâneo, nas estradas do norte da África e na fronteira entre Turquia e Síria em 2016.


FONTE: G1 Globo

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