sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Rodrigo Maia se irrita ao ser questionado sobre corrupção

O presidente da Câmara dos Deputados do Brasil, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se irritou durante uma entrevista à rádio colombiana W, nesta terça-feira (17/08) ao ser questionado sobre corrupção e o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, atualmente afastada do cargo. Ele chegou a acusar a entrevista de estar “partidarizada” e disse que o entrevistador, o jornalista Julio Sánchez Cristo, tinha uma posição “ideológica”. A emissora tem uma linha editorial mais ligada a posições da direita.



Questionado pelo jornalista sobre a acusação de ele teria recebido dinheiro, de acordo com a chamada “Lista de Furnas”, Maia se irritou, afirmou que a lista “foi uma acusação do PT em 2005” e questionou de onde a informação havia saído. “Esse assunto não existe na pauta brasileira há dez anos, essa lista falsa de Furnas. Há dez anos esse assunto não existe”, afirmou.

A “Lista de Furnas” é um suposto esquema de corrupção revelado em 2000 que envolve a Furnas Centrais Elétricas e beneficiaria vários políticos – a maioria do PSDB e do então PFL (hoje DEM, partido de Maia). A CPI dos Correios, em 2006, com base em dois laudos, considerou que a listagem, que citava 150 pessoas, era falsa. No entanto, no mesmo ano, um laudo diferente comprovou a autenticidade da lista.

Em seguida, Sánchez Cristo questiona se o presidente interino Michel Temer é “o homem” que “leve adiante e recupere a confiança dos brasileiros”, já que ele, de acordo com o jornalista, está “com suspeita e está recebendo acusações de corrupção”. Maia novamente se exalta e chega a insinuar que a entrevista estivesse “patrocinada” – porém interrompe a palavra e diz a conversa está “estranha”.



“O presidente Michel Temer não tem nenhuma acusação, não tem uma investigação contra ele. Citações podem ocorrer, é bom que existam. Todos têm direito de falar, mas ninguém tem nenhum encaminhamento contra o Michel. Eu não tô entendendo, se uma rádio estrangeira está nesse encaminhamento. Eu, de fato, tô perplexo”, afirmou Maia.

O presidente interino foi citado em investigações das operações Lava Jato e Castelo de Areia, da Polícia Federal, e como beneficiário de um suposto esquema de corrupção no porto de Santos (SP). O nome de Temer aparece também como responsável por acertar a entrega de propina em 2012 para a campanha do então candidato à Prefeitura de São Paulo Gabriel Chalita (na época, no PMDB, hoje no PDT). A acusação foi feita pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, em um acordo de delação premiada.


FONTE: Opera Mundi

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