terça-feira, 2 de agosto de 2016

PF cumpre mandados da 33ª fase da Lava Jato e mira a Queiroz Galvão

Desde a madrugada desta terça-feira (2), a Polícia Federal cumpre 32 mandados judiciais da 33ª fase da Operação Lava Jato em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Goiás, Pernambuco e Minas Gerais. A ação foi batizada de "Resta Um" e mira a construtora Queiroz Galvão, suspeita de fraudar licitações da Petrobras e de pagar propina para evitar investigações de uma CPI no Senado.



O ex-presidente da construtora Ildefonso Colares Filho e o ex-diretor Othon Zanoide de Moraes Filho foram presos preventivamente no Rio de Janeiro. Não há prazo para que sejam liberados. Os dois já tinham sido detidos na 7ª fase da Lava Jato e tinham sido soltos por determinação da Justiça. Há ainda um mandado de prisão temporária (por cinco dias) para Marcos Pereira Reis, ligado ao consórcio Quip, que tinha a Queiroz Galvão como acionista líder. Reis está no exterior, segundo a PF.

Também são cumpridos seis mandados de condução coercitiva, que é quando a pessoa é levada para prestar depoimento, e 23 de busca e apreensão. Em Recife, a polícia realizou buscas na casa de André Gustavo de Farias Pereira, empresário e engenheiro ligado à Queiroz Galvão, e o levou para depor. Por volta das 8h, equipes da PF estavam no estaleiro da Queiroz Galvão no Rio Grande do Sul e em um escritório da empresa em Rio Grande (RS). Agentes também estavam na sede da empreiteira e em um escritório na Zona Oeste de São Paulo.



Em nota, a Construtora Queiroz Galvão informou que está "cooperando com as autoridades e franqueando acesso às informações solicitadas". A reportagem tenta contato com a defesa dos demais envolvidos.


O que se investiga

Esta fase da operação tem duas frentes:

1. Levantar provas sobre a formação de cartel para conseguir obras na Petrobras.

2. Apurar pagamentos de propina a políticos e partidos, além de negociações para interferir na CPI da estatal no Senado, em 2009.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a Queiroz Galvão integrou um cartel para fraudar licitações da Petrobras. O cartel, conforme as investigações, maximizou os lucros das empresas privadas e gerou prejuízos bilionários para a estatal. As investigações dizem que os executivos da empresa pagaram cerca de R$ 10 milhões em propina para funcionários das diretorias de Serviços e de Abastecimento da Petrobras.

Existem indícios de que milhões de dólares também foram transferidos por meio de contas secretas no exterior, conforme o MPF. Os pagamentos indevidos teriam sido feitos tanto pela Queiroz Galvão quanto pelo consórcio Quip. "A hipótese tem por base depoimentos de colaboradores e comprovantes de repasses milionários feitos pelo trust Quadris, vinculado ao Quip, para diversas contas, favorecendo funcionários da Petrobras", segundo o MPF.

As obras investigadas englobam contratos em complexos petroquímicos no Rio de Janeiro, na Refinaria Abreu e Lima, Refinaria Vale do Paraíba, Refinaria Landulpho Alves e Refinaria Duque de Caxias.


FONTE: G1 Globo

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