quinta-feira, 14 de julho de 2016

Milícia impõe regras à Força Nacional no Rio

Os agentes da Força Nacional que participarão do esquema de segurança da Olimpíada — um aparato que prevê o combate a ações criminosas e até a terroristas — estão tendo de se submeter às ordens da milícia na Zona Oeste do Rio. Segundo agentes denunciaram ao EXTRA, os 3.500 PMs, policiais civis e bombeiros de vários estados do Brasil não podem circular armados pela Gardênia Azul e foram impedidos até de instalar internet nos apartamentos onde estão alojados, no condomínio Vila Carioca, do “Minha casa, minha vida”, no bairro do Anil.



Como a milícia explora o sinal a cabo na região e, de acordo com os agentes, as operadoras de internet fixa são impedidas de atuar na área pelos paramilitares, a saída é que cada policial use a própria internet móvel, pagando do próprio bolso. O Ministério da Justiça informou, por meio de nota, que vai apurar as informações e encaminhá-las à Polícia Federal, à Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança e à Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco).



O Vila Carioca, ainda não inaugurado, começou a ser ocupado pela Força Nacional em maio. Os agentes que concordaram em conversar com o EXTRA, sob a condição de anonimato, estão no Rio há cerca de 15 dias. Contam ter recebido as orientações sobre as restrições impostas pela milícia de seus coordenadores — policiais militares, policiais civis e bombeiros têm coordenações separadas — dentro do próprio conjunto habitacional, assim que os grupos chegavam ao Vila Carioca. As determinações eram passadas sempre a grupos de poucos agentes por vez.



— A gente já cansou de ver gente armada na Gardênia — contou um dos militares da Força Nacional. Além da arma, a orientação aos agentes é que não andem com a identidade policial. Segundo dizem os agentes, a Gardênia Azul é uma “área branca”, ou seja, sem risco para os policiais, já que estão levando lucro para a comunidade ao comprar produtos. O atraso no pagamento de diárias, as escalas de trabalho as más condições de alojamento levaram agentes a fazerem, nesta terça-feira, um panelaço dentro do condomínio. Eles ameaçam deixar o Rio e voltar para seus estados de origem. 



Mais de 700 policiais participaram de uma reunião com o comando da Força Nacional no Rio, pedindo mudanças. Não é só a banda larga que tem de sair do salário de cada agente. Como os apartamentos foram disponibilizados sem mobília para servir de alojamento, os policiais e bombeiros fizeram “vaquinhas” para equipar as residências . Foram gastos aproximadamente R$ 3,2 mil por apartamento para instalar lâmpadas, televisores , geladeiras e beliches .



O ministério informou que a estrutura de segurança das instalações olímpicas está Garantida, assim como as diárias dos profissionais da Força Nacional que atuarão nos jogos .Se houver necessidade, afirmou o ministério, já existem 4.500 policiais inativos inscritos que podem ser aproveitados na Olimpíada. Sobre as apertadas escala de serviço, o secretário de segurança para grandes eventos, delegado Andrei Augusto, disse ao "RJTV", da Rede Globo, que elas serão revistas.


FONTE: Jornal Extra


Nenhum comentário:

Postar um comentário