sábado, 6 de fevereiro de 2016

Preços de remédios podem subir com alta do ICMS

O aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) em 12 estados do país, previsto para este início de ano, vai forçar uma nova rodada de redução dos descontos oferecidos no preço final dos remédios no varejo, segundo a indústria do setor. No Rio, a alta do ICMS está prevista para março, e a alíquota vai passar de 19% para 20%, a mais alta entre os estados que estão elevando o imposto. Na prática, descontos menores significam alta de preço para o consumidor.



— No Brasil, 34% do preço final dos remédios equivalem a impostos, e já estamos entre os cinco países com a maior carga tributária sobre medicamentos. O aumento do ICMS força uma nova redução nos descontos oferecidos no varejo, pois significa aumento de custo para os fabricantes. Já vínhamos tendo mais gastos com a alta do dólar e perdendo margem com a inflação — diz Antônio Britto, presidente-executivo da Interfarma, a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), que representa 52 empresas do setor, responsável pelo levantamento sobre os aumentos do ICMS nos estados.

Os fabricantes têm autorização do governo federal para reajustar o preço apenas uma vez por ano. Em 2015, segundo o IBGE, a alta foi de 6,89% e, em janeiro deste ano, de 0,28%.

Segundo Britto, até o ano passado, o desconto médio nos medicamentos genéricos era de 64%, e nos remédios de referência variava de 18% a 20%. Este patamar de descontos já estava afetado pela alta do câmbio. Antes da disparada do dólar, nos genéricos, era possível encontrar descontos de até 80%, e, nos de referência, o abatimento chegava a 40%.

— É impossível calcular qual será a nova redução destes descontos, mas é a única forma que fabricantes, distribuidores e farmácias têm para manter suas margens — diz o presidente-executivo da Interfarma.


VENDAS CRESCERAM 11%

A Abrafarma, que reúne as maiores redes do varejo do setor, informou ao GLOBO que o desconto médio nas 28 redes de farmácias associadas tem se mantido estável, em 25,16%. Os abatimentos já vinham sendo reduzidos desde o ano passado, conforme reportagem publicada em dezembro pelo GLOBO. Em levantamento informal feito em farmácias, foram encontrados descontos entre 15% e 30% nos genéricos de uso contínuo, e de 7% a 25% nos de marca.



Mesmo com queda nas margens e apesar da crise econômica, as vendas no mercado farmacêutico tiveram um crescimento de 11% nas farmácias em 2015. O faturamento do setor chegou a R$ 46,4 bilhões, ante R$ 42 bilhões no ano anterior. O número de doses vendidas também aumentou, passando de 130 bilhões para 139,5 bilhões. O levantamento foi realizado pela Interfarma com base nos dados da IMS Health e leva em consideração o preço com desconto praticado no varejo.


FONTE: O Globo

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