quarta-feira, 14 de outubro de 2015

País põe sírios no Bolsa Família

O Programador Ali*, de 34 anos, era um homem rico na Síria. Ganhava US$ 4 mil (cerca de R$15 mil) por mês, tinha carro e foi um dos melhores alunos da sua pós-graduação. "Aqui no Brasil, sou pobre", conta ele, que se mudou há um ano e sete meses para o país sul-americano fugindo da guerra civil.

Sem renda, a solução foi recorrer a um programa criado originalmente para retirar brasileiros da miséria: o Bolsa Família.



Assim como ele, cerca de 400 imigrantes sírios que vieram para o Brasil estão no programa, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. O número se refere a julho. A pasta não informou o valor específico recebido pelos sírios – o benefício médio do programa é de R$ 167 mensais por família.

Após facilitar a entrada de refugiados sírios, o Brasil passou a ser o país que mais recebeu pessoas desse grupo na América Latina. Segundo dados do Ministério da Justiça, 2.097 refugiados sírios vivem no país atualmente - o maior grupo entre os 8.530 refugiados do Brasil, à frente dos angolanos, que são 1.480.

Mas, sem falar a língua e em meio à crise econômica, muitos deles - apesar de terem qualificação profissional ─ não conseguem emprego. O governo brasileiro, diferentemente de outros países, não tem um programa específico apenas para refugiados que ofereça diretamente ajuda financeira a eles.


'Renda zero'

O número de sírios no Bolsa Família tem crescido desde 2013, ano em que o Brasil facilitou a concessão de vistos. Em dezembro daquele ano, sete famílias com pelo menos um sírio – ou cerca de 25 pessoas ─ estavam entre os beneficiários do programa. Hoje, são 163 famílias.

O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, responsável pelo programa, usa o número de famílias, e não de pessoas, para a comparação. No total, 15.707 famílias com estrangeiros estão no programa.



Para Larissa Leite, da Cáritas-SP, que atende refugiados, o número de sírios incluídos fica abaixo do esperado. "Principalmente no período da chegada, os sírios têm renda zero. É preciso analisar o que está acontecendo."

O secretário nacional de Renda de Cidadania do ministério, Helmut Schwarzer, diz acreditar que o número de sírios no programa irá crescer. "Possivelmente a gente ainda vai ter algum aumento. À medida que a documentação das famílias for ficando pronta, que o direito de residência for concedido, pode ser que mais famílias solicitem o benefício."


FONTE: Noticias Terra.

Um comentário:

  1. Eu acho justo já uma vez que são refugiados no nosso país passam a fazer parte dele....o maior problema é que uma vez que este cidadão passa a fazer parte do nosso país ele deve ter o direito e a facilidade de validar o seu diploma (visto que a maior parte dos Sírios vindos para o Brasil serem pessoas com grau universitário)para que possa recomeçar sua vida e se tornar um cidadão contribuinte... tenho certeza de que para pessoas com esse preparo não lhes agrada viver de esmola.......mas infelizmente no nosso país os governantes só se movimentam quando ganham um por fora ......Veja o caso dos portugueses, por interesses particulares autorizaram a validação dos diplomas para engenheiros portugueses para que pudessem trabalhar no Brasil devido a crise em Portugal e eles não são refugiados de guerra....

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